Resenha: Deicide - Banished By Sin (2024) | Metal Garage


Caso encontrasse um disco no meio de vários álbuns de death metal, mas este álbum em especial traz na capa uma imagem semelhante àquelas que costumam acompanhar os panfletos bíblicos, no título temos: "Jesus é salvação", aposto que iria zombar por achar ser uma piada, ou ia dizer que se trata de uma banda de "white metal", sem ao menos ouvir as músicas. Contudo, se você pensa que as artes de capa que costumam acompanhar os discos não importam, pois só a música interessa, parabéns! Você faz parte de uma pequena minoria que se destaca por cérebros vazios e sem o mínimo apreço por arte. Qual é, a capa de um álbum é o primeiro contato com a "música", é aquilo que pode ser visto. E bom, Deicide errou feio nesse ponto. Glen se coloca como um personagem, e convenhamos que suas falácias do passado são hilárias, servindo de modelo para a imagem principal. E pior, ainda utilizou IA e Photoshop para criar a imagem, o que demonstra pouca originalidade.

Para alguns, talvez já seja tedioso ouvir mais um disco que nos traz novamente a fixação do Deicide em "pregar" sobre a falsa moralidade religiosa, e também é possível que isso seja o ponto negativo que não nos permite conhecer o que mais os caras podem conseguir explorar no que tange ao conteúdo lírico. Mas, a premissa do Deicide não é agradar, gostemos ou não, sempre foi assim. Agora, Banished By Sin não é a sequência perfeita que muitos esperavam depois de Overtures of Blasphemy (2018), onde tivemos altos níveis de qualidade. Todavia, nem tudo é ruim, ainda é o velho Deicide blasfemando aos quatro ventos como um cão enfurecido, permanecendo fiel à sua história e ao death 'old' metal que sempre executaram.

Em "Doomed to Die" encontramos aquilo que fez o Deicide ser o que é: uma das maiores bandas do gênero. "Sever the Tongue" é um hino da desgraça, obviamente a minha favorita. "Faithless" se encaixaria perfeitamente em um álbum blackened, há uma cinésia black metal. E essa é a vantagem quando o assunto é death metal, pois é possível se aventurar tanto no black quanto no thrash sem perder a linha, e "Woke from God" é um exemplo do que estou falando. "Banished by Sin" é o elemento surpresa que todo álbum traz, sempre diluída entre peças boas e ruins, o laboratório de ensaio, a captura do quanto a nova formação se encontra entrosada.

Apesar de sempre insistir no mesmo tema, Deicide não é uma banda que "soa sempre igual" em cada lançamento, ao contrário, ela sempre surpreende (seja isso bom ou ruim). Para muitos músicos, a longevidade traz consigo a rebeldia em querer iniciar algo novo, e podemos notar isso em vários álbuns de grandes bandas que estão na estrada há anos. Mas aqui, temos algo diferente, posso estar errado, mas o que vejo é uma banda tentando refazer os passos que a fizeram chegar até aqui, e Banished by Sin não só representa um novo capítulo na história dos Floridians, como também é uma mudança de perspectiva na visão de Benton. São mais 35 anos de blasfêmia e ódio, matando e profanando. Podemos dizer que é uma realização pessoal para o frontman, mas isso só foi possível graças à contribuição e talento de Steve Asheim (bateria), Kevin Quirion (guitarra) e Taylor Nordberg (guitarra), que nos entregaram esse formidável manifesto contra a fé. 

Banished by Sin foi lançado em 26 de abril de 2024via Reigning Phoenix Music.

Nota: 8,0

Para saber mais, acesse: 

Lista de faixas:
Lineup:
  • Glen Benton (baixo/vocal)
  • Steve Asheim (bateria)
  • Kevin Quirion (guitarra)
  • Taylor Nordberg (guitarra)



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