RESENHA: Kanonenfieber - Menschenmühle (2021) | Metal Garage


Nos meus tempos de escola, ficava ansioso pelas aulas de história. Tudo a ver com guerra —nos palcos do ocidente— me despertavam a curiosidade. Motörhead, Marduk, Slayer, Iron Maiden... Minhas faixas preferidas, na maioria, é sobre histórias de guerra.

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Então, não é de hoje que os temas sobre guerra, tanto no underground quanto no mainstream, fazem parte dos preferidos entre bandas de Black, Heavy e Thrash Metal. Porém, de um tempo pra cá, as bandas da nova onda do Metal, se puseram a fazer mais do mesmo. Na maioria das vezes, são cópias de cópias. Sem muita autenticidade ou comprometimento. Bom, não é pra tanto, já que a maioria são compostas por músicos inexperientes e apenas entusiastas. É por isso que quando, de tempos em tempos, encontro uma banda que realmente vala a pena parar e escutar a discografia completa, compartilho com quem quer que seja. E foi isso que aconteceu quando me deparei com a novata, porém 'conhecedora', Kanonenfieber.

O Kanonenfieber é uma banda de Black/Death Metal, formada em 2020, na cidade de Bamberg, Alemanha. Tem como foco principal, a primeira guerra mundial (ou grande Guerra, como você preferi chamar). Pela falta de informações, o nome dos integrantes permanecem desconhecidos. Mas o mentor por trás deste grande projeto, prefere que o chamem de "Noise".

Kanonenfieber lançou recentemente seu primeiro full-lenght, sob o título "Menschenmühle". Composto por 9 faixas, com uma média de mais de 5min. cada, nos resultam em 51min. de Black/Death Metal com alto conteúdo técnico e emocional.

Capa do álbum "Menschenmühle"

Garimpando nas profundezas da web, podemos encontrar a nota que acompanha as cópias promocionais do álbum, a qual descreve ao leitor o que ele poder encontrar quando for conferir o conteúdo lírico do disco: "Este álbum se destina a comemorar as inúmeras vítimas da Primeira Guerra Mundial. Os homens foram lançados em uma realidade diferente, onde apenas a sobrevivência entre a morte, o medo e a fome importava. O fundo lírico de 'Menschenmühle' é baseado em relatórios factuais, cartas e outros documentos de soldados sobreviventes e falecidos".

Com base na nota promocional e no quê encontramos ao ouvir o álbum: esqueça aquelas histórias sobre generais, comandantes e heróis de guerra. Aqui o foco é os soldados e suas misérias no front; A ração, tormentos, valas, lamas, corpos mutilados presos nos arames... Não há heroísmo ou beleza, é apenas a realidade na sua forma mais clara.

Em "Menschenmühle", o objetivo principal é a condenação absoluta de qualquer guerra. Expondo o lado sombrio e cruel da outra face [guerra], em forma de canção.

De maneira bem estruturada, cada arranjo bem cuidado, com mudanças de andamentos constantes, somados a explosões ocasionais, o ouvinte é fisgado a cada nova faixa. Entre uma música e outra, são inseridos gravações de discursos da época, além de sons de aviões e metralhadoras, tudo isso para evidência ainda mais a concepção do projeto. A redação dos textos, é fruto de uma busca minuciosa em documentos, cartas e artigos dos anos de guerra (1914-1918).

Em um trecho desenterrado na web, o qual trata sobre o conteúdo lírico do projeto, Noise diz: "A primeira etapa na criação do registro foi encontrar um tema interessante. Um dia, eu estava sentado com um amigo que, por hobby, coleciona material relacionado à grande guerra... cartas originais e lembranças.

Isso acendeu algo na minha cabeça, mas eu queria fazer diferente do que está no mercado, não um relatório de campo de grandes comandantes que nunca viram a trincheira, mas falar sobre o simples soldado que ficava de joelhos todos os dias na lama, e ainda tinha que temer por sua vida a cada segundo..."


Como resultado de todas as buscas e o trabalho de catalogação, a música está em estreita sintonia com os temas tratados, fazendo-o um álbum complexo e diferenciado dos demais que seguem nessa mesma linha (tema).

(1914, Forteresse e Panzerfaust já fizeram, porém não foram tão claros quanto Kanonenfieber)

As faixas que merecem destaques, são: "Die Schlacht bei Tannenberg", "Grabenlieder", "Ins Niemandsland" e "Verscharrt und Ungerühmt". Destaca-se também o impacto melódico de cada faixa.

"Menschenmühle" foi lançado em 20 de Fevereiro de 2021, via Noisebringer Records.


Nota: 8,5


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