BLASFEMADOR: Entrevista com Fabrício Maleficarum | Os demônios do speed metal atacam novamente | Metal Garage
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Se o álbum de estreia do Blasfemador, “A Meia Noite Levarei Tua Alma”, mostrava uma banda com muito potencial e muita sede de sangue, o segundo full-lenght, “Cosmofobia”, é um verdadeiro ataque sonoro-lírico, que vai encher muita gente de pavor. Trata-se de um trabalho fantástico que aborda em suas letras principalmente o horror cósmico, sem deixar de lado os costumeiros contos de filmes de terror.
Formado em 2008, em Fortaleza, Ceará, o Blasfemador vem conquistando os amantes do metal old school, especialmente pelo seu furioso speed metal com influências do rock sujo e agressivo dos anos 70 e 80. O grupo atualmente conta com Fabrício Maleficarum (vocal), Lucas Herege (baixo), Igor Shredder (guitarra) e Romário Bruxo (bateria).
Fabrício Maleficarum, vocalista da banda, falou com exclusividade ao Metal Garage sobre esse lançamento em um breve bate-papo que você pode conferir abaixo:
Metal Garage (Jairo Silva): Saudações! Bem vindo! Fabrício, para iniciarmos, você já era vocalista da banda de Black Metal Maleficarum quando o Blasfemador foi fundado, em 2008. Como foi que surgiu, na época, a ideia de montar um projeto de Speed Metal? E quanto ao Maleficarum, como está o status da banda atualmente?
Fabrício: Satisfação Jairo! Primeiramente muito obrigado pelo espaço, fico feliz de contribuir com essa entrevista ao Metal Garage, que faz um excelente trabalho dentro do Underground, levando sempre excelentes conteúdos.
Dando início a entrevista, eu já era vocalista do Maleficarum - que foi a minha primeira banda fundada em meados de 2000 - e chegamos a fazer diversos shows e lançar alguns materiais no Brasil e no exterior. Atualmente o Maleficarum está se organizando para compor um tributo ao nosso ex-guitarrista, Italo Cesar, que se suicidou em 2017.
Sobre a Blasfemador, a banda surgiu em 2008 quando eu e o Rodrigo - que foi o primeiro baterista da banda - demos início a primeira formação, que logo em seguida foi completada com Rafael Oliveira assumindo as guitarras. Rafael chegou a fazer parte, junto comigo, do início do Maleficarum, e apenas nós três já começamos a compor as músicas até finalmente encontrarmos Leandro para assumir o posto de baixista. Sobre a temática da banda, a ideia sempre foi abordar coisas que curtimos, como filmes de horror, histórias de serial killers, falar um pouco sobre o nosso cotidiano e também sobre o que amamos, que é o heavy metal. Nossa proposta de cara era trazer aquela pegada mais Old School ali dos anos 70 e 80. Tivemos sempre bastante influência de bandas daquela época, então a ideia sempre foi fazer algo naquela pegada e assim fazemos até hoje, sem fugir da proposta inicial. Mesmo com as várias mudanças de formação, as influências sempre se mantiveram.
Metal Garage: Acabou de sair pela Mutilation Productions, o segundo full-lenght da banda, o tão aguardado "Cosmofobia". Quais são as expectativas da banda com este novo trabalho?
Fabrício: As expectativas são as melhores possíveis. Gastamos bastante tempo até finalizarmos o álbum, sofremos com algumas mudanças na formação, a adaptação do novo guitarrista e em seguida veio a pandemia e nos atrapalhou mais ainda. Fora isso conseguimos finalizar o tão esperado álbum e estamos bastante curiosos em saber a opinião do público. Foi um disco que conseguimos fazer com bastante sentimento, apesar dos contratempos, acredito que o público venha a curtir muito, pois todos nós ficamos bastante satisfeitos com o resultado final, fizemos um álbum bem agressivo e violento. Posso afirmar que é um álbum bem mais maduro e contou com uma produção e gravação muito cautelosa, tudo foi muito bem executado, as letras com a nossa cara, estou realmente muito satisfeito com o resultado final e espero que os maníacos possam apreciar.
Metal Garage: O novo álbum também marca a entrada de Igor Shredder, como novo guitarrista - posto que por longa data foi ocupado por Rafael Dilacerador. Como foi que a banda chegou até o Igor, e como está o entrosamento do grupo?
Fabrício: Já conhecíamos o Igor de sua outra banda que se chama Fist Banger, mas antes ele estava fazendo solos para uma outra banda da qual faço parte que se chama Maculator. Dali então pude ver todo seu conhecimento nas cordas, criou solos incríveis e acabou virando membro fixo do Maculator, pois todos tinham curtido muito o seu estilo de compor e principalmente de tocar - sempre com muita precisão. Então tive a ideia de chamá-lo para também fazer parte do Blasfemador.
Inicialmente, ele quis fazer alguns ensaios primeiro para pegar as músicas, se comprometendo de início em gravar nosso disco. Igor conseguiu pegar todas as faixas muito rápido e acabou criando alguns solos em cima das músicas criadas pelo ex-guitarrista, Rafael, e acabou criando uma nova música para o álbum - a faixa Re-Animator que abre o disco Cosmofobia.
Metal Garage: "Cosmofobia" conta com algumas participações de músicos da cena nacional e internacional, como Jão (R.D.P), James MacBain (Hellripper) e Olof Wikstrand (Enforcer). Como foi trabalhar com essa turma?
Fabrício: Resolvemos incluir algumas participações curtas, mas que sabíamos que ficariam bem legais. Então resolvemos trazer alguns amigos de outras bandas que já tínhamos contato.
Escolhemos as músicas e fizemos os convites. De cara todos aceitaram e foi incrível ter a contribuição de cada um em nosso álbum - trabalhar com esses caras foi sensacional, pois todos foram muito profissionais e conseguiram encaixar perfeitamente suas participações. Para James e Olof acredito que cantar em português deve ter sido bem difícil, mas eles tiraram de letra e eu curti muito o sotaque que saiu de cada um na hora da pronúncia. O Jão estava em estúdio marcado para gravar alguns sons para a sua banda, Periferia SA, então foi perfeito, pois nesse mesmo dia ele conseguiu gravar a sua participação para o Blasfemador.
Metal Garage: As letras do Blasfemador são fascinantes, uma das coisas que eu mais curto na banda. Quais as principais influências para as letras da banda?
Fabrício: O Blasfemador foi criado para falar de coisas que gostamos e que nos intrigam. Como vivemos em um País totalmente capitalista, não teríamos como não criticar em nossas músicas toda essa indiferença. Além disso, todos nós somos apaixonados por filmes de horror desde de moleques e se tornou muito fácil compor sobre o assunto. Falar dos vários filmes clássicos, trazer um pouco de histórias macabras sobre serial killers, falar sobre o Heavy metal que amamos, executar e ir de encontro a toda essa hipocrisia religiosa é o que traz esse clima mais obscuro em nossas músicas fazendo jus ao nome da banda.
Metal Garage: Todas as letras da banda são cantadas em português. Sabe-se que os discos também são lançados no exterior. Como tem sido a resposta do público estrangeiro? Em algum momento você pensou em cantar em outro idioma?
Fabrício: A proposta sempre foi cantar em português, nunca quis mudar o idioma que a banda sempre se propôs a fazer, mas já pensei em fazer uma faixa em espanhol e uma em inglês, mas nada que fosse mudar de fato o idioma das composições. É algo diferente e que ainda pretendo fazer, quem sabe no próximo álbum. Seria uma espécie de agradecimento ao público internacional que vem nos acompanhando e vejo que eles se amarram nas bandas brasileiras, principalmente o público da América do Sul. Acredito que fique mais próximo para que eles entendam melhor a nossa proposta. E também eu recebo muitos feedbacks de pessoas de países como Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia.
Fabrício: Esse período realmente acabou atrapalhando as nossas gravações. Demorou, mas chegamos a um momento em que tudo ficou um pouco mais estável e corremos para o estúdio seguindo todas as medidas de segurança, é claro, e conseguimos finalizar o álbum. Tivemos que masterizar em São Paulo e todo o contato que tínhamos era via Whatsapp, e só conseguimos concluir esse processo totalmente em Março de 2021. Confesso que foram vários contratempos durante os anos para, finalmente, esse disco sair e depois de muita luta e sofrimento conseguimos finalizar. Agora, já sigo pensando em um próximo álbum e pondo a cabeça para funcionar.
Metal Garage: Para finalizar, a banda planeja algo mais para este ano de 2021 - se é que dá pra planejar algo em meio a este caos de pandemia?
Fabrício: Esse ano de 2021 pretendemos apenas difundir bem nosso novo álbum e todo material de divulgação, como a cerveja artesanal e as camisas que lançamos. Tentar, também, finalizar nosso novo videoclipe que acabou atrasando nas gravações, devido a pandemia, mas vejo que as coisas parecem, aos poucos, se normalizarem e em breve iremos gravar e disponibilizar para todos. Será o segundo videoclipe do álbum, pois já soltamos o primeiro (Epidemia, Fome e Morticínio) que você, inclusive, nos ajudou a divulgar. Pretendemos seguir criando algo novo para o próximo material e quem sabe em 2022 voltar aos palcos, pegar a estrada e encontrar todos esses maníacos que nos acompanham.
Metal Garage: Fabrício, obrigado pelo tempo aqui concedido. Desejo sucesso e vida longa ao Blasfemador. Use este espaço para deixar um recado aos fãs da banda.
Fabrício: Obrigado Jairo. Eu te agradeço mais uma vez pelo o apoio e vida longa ao Metal Garage.
Agradeço a todos os maníacos que vem nos apoiando direto e indiretamente e não vejo a hora de encontrar todos e poder mostrar nosso novo espetáculo com as novas blasfêmias 666%.
Mantenham sempre a chama acesa!
Para adquirir “Cosmofobia” em CD (slipcase), acesse o site da Mutilation Records & Productions no link abaixo:
https://mutilationrecords.com/product/blasfemador-cosmofobia/
Formação atual:
Fabrício Maleficarum - Vocal
Lucas Herege - Baixo
Igor Shredder - Guitarra
Romário Bruxo - Bateria
Discografia:
Ataque do Metal Maníaco (Demo - 2009)
A Meia Noite Levarei tua Alma (Full-length - 2010)
Na Trilha dos Senhores do Horror (EP - 2014)
Ódio, Caos e Distorção (Single - 2019)
Re-animator (Single - 2021)
Cosmofobia (Full-length - 2021)
Para saber mais sobre o Blasfemador, acesse:
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Contato: underground_prod@hotmail.com
