RESENHA: Cannibal Corpse - Violence Unimagined (2021) | Metal Garage

Cannibal Corpse é aquela banda que todo mundo conhece. Até mesmo os não fãs, gostam. Alguns gostam dos primeiros álbuns, da fase Barnes, outros já preferem os da fase Fisher. Mas, independente do vocalista, o Cannibal Corpse não perdeu a essência: continua sangrento, rápido —bem, nesse "rápido"... com o passar dos anos, você deixa de foder com a mesma intensidade dos 17 da adolescência, certo?—, e pesado!

Há inúmeros gêneros com nomes idiotas que as novas bandas inventaram, porém na mais profunda essência, têm Cannibal Corpse, Death e Morbid Angel —Yeah, Death Metal Old School.
Mas, diferente de suas compatriotas, Cannibal Corpse se difere e muito do som executado por estas. Desde "Vile" (primeiro full-lenght com George 'Corpsegrinder' Fisher nos vocais, 1996), até "Red Before Black" (2017, antecessor do mais recente lançamento), é perceptível a evolução técnica e musical do grupo. Riffs mais bem trabalhados, solos surpreendentes, letras mais insanas... Talvez os ares de Tampa, na Flórida, tenha dado um gás há mais nos nova-iorquinos, risos.

É de comum acordo que os veteranos da morte, sempre manchados de sangue, o "Cadáver Canibal", se superam a cada lançamento e não deixaram a bola cair. Também não é pra tanto, já que o Cannibal Corpse é a banda de death metal que mais vendeu álbum no mundo todo.

Cannibal Corpse em 1995 - divulgação do álbum "The Bleeding"

Desde a mudança de logotipo depois da saída de Chris Barnes, passando pelas saídas de membros, até a desgraça ocorrida com Pat O'Brien, o Cannibal não se abalou. Aliás, ficou com mais ódio e vontade de matar.

No início deste ano, como anunciado em primeira mão por este canal, Erik Rutan (Hate Eternal, ex. Morbid Angel) se juntou a gangue para preencher o lugar que antes fora ocupado por Pat O'Brien. De produtor, integrante de turnê quando era preciso; para membro oficial. Sim, sim, Rutan era o sexto membro; agora virou quinto.

Erik Rutan (produtor e novo guitarrista oficial)

Além de tocar guitarra e produzir o novo álbum, Rutan também contribuiu em três faixas.

Com mais de 30 anos, 14 álbuns de estúdio, uma Demo, três EPs, dois Splits e três álbuns ao vivo... Cannibal Corpse lança "Violence Unimagined", seu décimo quinto álbum.


"Murderous Rampage" abre o disco de forma indireta, e termina de forma abrupta. É a pérola das pérolas; aqui há solos memoráveis, riffs caóticos, bateria que não para de martelar; tudo isso somado ao vocal insano de Fisher, fazem com que a primeira faixa seja uma das destaques do álbum; "Necrogenic Resurrection" é a faixa seguinte. A segunda faixa é um verdadeiro prato cheio para os fãs de bateria; novamente temos riffs pesados, viradas e solos de altíssima qualidade; "Inhumane Harvest" já é velha conhecida do público. O que adoro nessa música é o baixo maldito do Alex Webster. É umas das melhores, por isso ganhou single ("Numbers of the missing rise While their profit multiplies So many lives erased Covert genocide"); "Condemnation Contagion" não deixa você respirar! Aqui o Cannibal é o Cannibal! Riffs carregados de energia, bateria martelando e um solo do Mr. Rutan pra coroar a quarta faixa; "Surround, Kill, Devour" é a faixa pra se cantar o refrão no show, hahah. Aqui tiraram o pé do acelerador, e temos uma faixa um tanto estranha, concorda?; Em "Ritual Annihilation" o destaque fica por conta do vocalista; Seus ossos, ou tímpanos, são dilacerados com a mistura de death e thrash metal que fazem de "Follow the Blood" ser porrada no ouvido. (tá querendo esfaquear alguém mas não sabe o que escutar? Bem, essa é a faixa!); Achou que o estoque de riffs e solos haviam acabado? "Bound and Burned" mostra que a garagem ainda tá com as prateleiras cheias, hahah. Aqui temos um gancho arrancando suas tripas ao som de pancadas em ferro; "Slowly Sawn", como disse o Metal Injection, é a faixa que o Cannibal utiliza pra ensinar os novatos a banguear: lenta, porém pesada; "Overtorture" trás o serial novamente. Matadora, muita rápida e caótica, o destaque fica por conta das viradas na bateria e o vocal; Pra finalizar no mesmo nível que abriu, "Cerements of the Flayed". Certamente, uma das faixas mais bem trabalhadas do álbum todo, e minha preferida.



Depois de tantos anos na estrada, pra uma banda de death metal no nível do Cannibal Corpse, as coisas começam a ficar bastante pesadas. Porém, o que ouvimos em "Violence Unimagined" é uma banda de sanguinários ainda com sede de muito sangue.
Como disse Alex Webster certa vez: Cannibal Corpse é um cadáver morto-vivo que vai comê-lo (pelos tímpanos).

"Violence Unimagined" foi lançado oficialmente hoje, 16 de abril, via Metal Blade Records. 

NOTA: 9,0

Line-up atual:
Alex Webster (baixo)
Paul Mazurkiewicz     (guitarra)
Rob Barrett (guitarra)
George "Corpsegrinder" Fisher     (vocal)
Erik Rutan (guitarra/produtor)


Em busca de amplificar sua presença? ANUNCIE CONOSCO

SHOWS

Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3
Imagem 4
Imagem 5
Imagem 6
Imagem 7