RESENHA: The Committee - Utopian Deception (2020) | Metal Garage

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Os grandes líderes "autoritários" de quatro grandes países da Europa, reuniram-se novamente, e The Committee, sediado na Bélgica (testemunham alguns), lançou mais um manifesto como porta voz dos mortos, o intitulado Utopian Deception.

Para os leigos, The Committee é uma horda black metal europeia. Seus membros estão espalhados por vários países da europa —segundo dizem alguns:  Holanda, França, Hungria e Rússia. Geralmente, quando as pessoas se deparam com a horda pela primeira vez, acabam achando alguns temas nas músicas controversos, porém o The Committee não apoia nenhuma ideologia política. O objetivo da banda, como podemos encontrar no site oficial, é "apresentar fatos históricos sob uma nova luz e de um novo ponto de vista". O lema da banda é: "A história é escrita pelos vencedores. Somos a voz dos mortos".

As raízes do The Committee foram plantadas no inverno de 2007, por Igor Mortis. Depois de um tempo, o projeto ficou adormecido, até ser encontrado por William A., que conseguiu formar, junto com mais 4 almas, esse coletivo internacional.

A música da horda pode ser descrita como profunda e gutural, atraente e hipnótica. É algo que expressa o sofrimento e a miséria, mas de maneira inteligente e poética. Até o presente momento, na hora de compor, os caras sempre preferem seguir o mesmo caminho: elaborar álbuns conceituais; em vez de uma mistura de músicas separadas.

Em 2013, o grupo fez sua estreia com o EP Holodomor, já em 2014 nasce Power Through Unity. 2017 é o ano de nascimento do magnífico Memorandum Occultus. Cada álbum um conceito. Questões polêmicas, como: o assassinato da fome dos húngaros na manifestação de Holodomor; a relação entre Alemanha e Rússia no contexto da segunda guerra mundial... Em 2020 temos algo como "a opinião pública é barro", faremos novas normas e costumes", "regras para o gado obedecer" e "novas gerações para sempre cegas".


...com a globalização, a era da informação é onde tudo pode acontecer. A manipulação de dados, notícias falsas, modismo... agora tudo acontece em todo lugar, em poucos segundos. Tudo é fácil e rápido, manipulável e cancelável. É a doença do século XXI: ou você é o influenciador, ou o influenciado. Não há mais opinião própria, o saber. Agora é 'uns ditam', 'outros repitam'. Com a facilidade veio a bestidade, falta de personalidade.

Executadas com aprumo, as peças de black metal atmosférico são tortuosas, envolvidas por riffs firmes e impulsivos. O conteúdo lírico é adequado para o mundo moderno. É um retrato, uma expressão feia e poética das ações humanas. As raízes são black metal, mas em alguns momentos fletam com doom, resultando em músicas pesadas e prolongadas. Todas recheadas de referências.


"Awakening - Unimaginable" abre o petardo. Intensa e profunda, em alguns momentos acústica, com passadas galopantes. "Lexi-Con - Radical" com seus riffs atmosféricos, expressam o sentimento filosófico que paira sobre a mente de seu compositor. "Infection - Sensible" começa acústica, mas é uma macha gélida black metal, ora caótica, ora equilibrada. "Harrowing the Sane - Popularization..." é épica, inebriante, uma mistura doom/black metal, fria, enegrecida e melancólica. "Ossification - Law" é black metal melódico, com partes acústicas e rápidas. "Ashes - Norm" soa melancólica, com uma nota que a permeia quase por completa. Solta, com algumas reviravoltas e mudanças muito bem equilibradas.


Desde meu primeiro contato com o The Committee, lá em 2017, sempre mantive um profundo respeito e admiração pela música dos caras —na mesma medida que tenho pelos álbuns do Mgła. É uma horda, de certa forma, inovadora. Ainda falta ganhar visibilidade, conquistar mais territórios. A qualidade musical e a produção são excelentes. Utopian Deception é um álbum consistente, profundo, elaborado de maneira inteligente para ser analisado por seres pensantes. Então se você curte Mgła, lhe recomendo The Committee. Hail!

Nota: 8,5

Utopian Deception foi lançado em 29 de maio de 2020, via Folter Records.

Line-up:
Marc Abre - The Mediator (baixo e backing-vocal)
William Auruman - The Charter     (bateria e percussão)
Aristo Crassade - The Trigger    (guitarra e backing-vocal)
Igor Mortis - The Conspirator (vocal e guitarra)
Urok - The Inquisitor    (teclado)

Contatos:
the-committee@hotmail.com

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