ENTREVISTA com Valério Exterminator, frontman do Holocausto War Metal | Metal Garage

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“Nada de Novo no Front” é o título adequado que define bem a narrativa apresentada no livro de Erich M. Remarque. Porém quando se trata do Holocausto War Metal, nada vale!

A guerra, principalmente a segunda guerra mundial, é um tema bastante frequente no metal extremo mundial. Muitas bandas, desde Iron Maiden, Motörhead, até Sabaton e Slayer já utilizaram as severas realidades das histórias que compõem o sangue derramado em solo europeu como base para o conteúdo lírico de suas obras musicais.

Aqui no Brasil, o tema é frequentemente explorado, e o que muitos brasileiros não sabem é que na década de ’80, havia por aqui uma banda que acabaria sendo referência no estilo —o que culminou até no batismo de vertente exclusiva para o som que tivesse como base a temática guerra: o “War Metal”.

Em Belo Horizonte, Minas Gerais —berço do metal extremo nacional—, não nasceu apenas o Sepultura, mas também o Holocausto. Executando um som podre e ríspido, somando polêmicas com a ideologia nazista e toda merda que choca/chocava a sociedade na época, o Holocausto registrou seu nome como uma das primeiras e principais precursores do estilo ‘guerra metal’ no mundo —hoje em dia hordas como Blasphemy e Impaled Nazarene, dirigirem o tanque no front.

Após sucessivas digressões e mudanças no line-up, o Holocausto entrou pro museu —atingindo o status cult no metal underground; E com isso nasce outra; não uma simples unidade de combate, ou uma divisão especial; mas sim um novo reich —mais fiel as origens e tradições —, comandado agora pelo reformulado HOLOCAUSTO WAR METAL!

Formada em 2019, o Holocausto WM tem como missão executar black/thrash metal, sem modismo ou comercialidade. Com sonoridade oitentista, bases hardcores e muita porrada, o trio The Trigger, War Tank e Exterminator avançam cada dia mais, no seu o objetivo de devasta territórios e fazer tombar os falsos comandantes/soldados.

Por MJ Barreto. 

Como registro de diário de guerra, a Metal Garage bateu um papo com o homem de frente que conduz a máquina que é o Holocausto War Metal.

Entrevista – Holocausto War Metal 

Metal Garage: Hail Valério, saudações!
Bom... Comecemos com uma pergunta que possivelmente outros bangers já se questionaram: Como você define o Holocausto War Metal? A banda é uma reinvenção do Holocausto, ou é algo que vai além?

Valério:
O Holocausto WM traz as influências de origem da banda. Letras com temática de GUERRA, visual de GUERRA, bases hardcores com moshes.

O Holocausto WM não traz bases copiadas de Voi Vod e não apresenta uma música sem agressividade e sem criatividade como foi apresentada pela banda em minha ausência, entre 1989 e 1994.

O Holocausto WM não se vende por influências/tendências do mercado. Não faremos experiências com nossa música. SOMOS UMA BANDA DE METAL EXTREMO COM TEMÁTICA DE WAR METAL.

Nossos vocais são influenciados em boa parte pelos vocais PUNK/HC, não copiamos melodias de bandas de Thrash Metal, cantamos em PORTUGUÊS pois nosso 1º objetivo é que nossos aliados entendam o que estamos cantando, qual mensagem estamos passando.

Metal Garage: Como se deu o processo de produção/composição de "Batismo de Fogo"? O resultado final era o que você esperava?
Valério:
BDF foi produzido entre julho e setembro de 2020 e foi lançado em 2021, pois a prensagem dos 1000 cds em novembro trouxe uma banda de Black Metal, um erro da fábrica.

BDF expressa exatamente o que se pode imaginar de uma banda na qual suas influências se encontram nos anos 80. Como compositor sou o responsável por todas as músicas do estilo War Metal da banda nos lançamentos da Warfare Noise, Campo de Extermínio, De Volta ao Front, War Metal Massacre e Diário de Guerra.

O diferencial do BDF está principalmente nos arranjos vocais, pois todos da banda cantam e cada um tem sua peculiaridade na forma de cantar e na bateria, pois War Tank é apontado como um dos especialistas em blast beats de Belo Horizonte.

As músicas continuam extremamente agressivas, com identidade própria, mas não estão soando emboladas, isso porque War Tank faz questão que eu grave as bases acompanhando o metrônomo.

Até o momento recebemos 4 resenhas, pois devido ao erro da fábrica na prensagem,  ficamos prejudicados na divulgação e envio dos cds para as resenhas. Então dessas 4 resenhas, 3 deram nota 8 e 1 deu 8,5.

O BDF já foi lançado na Alemanha em k7 pela DESTRUKTION RECORDS e todos que o escutaram têm feito elogios ao álbum.

Estamos 100% satisfeitos com nosso debut álbum.

Metal Garage: Na preparação para a coletânea "Reborn to Eternity", o Holocausto ficou de fora devido ao vocalista ter encerrado as atividades do grupo. O que você achou dessa atitude?
Valério:
Essa coletânea que foi idealizada por mim, não teria o Holocausto mesmo que o vocalista não tivesse decidido encerrar as atividades da banda. Pois no dia que ele nos informou de sua decisão ele comentou “essa coletânea com essas bandas não vai agregar nada para a banda”, e deixou bem claro que não participaria.

O que penso da atitude dele?
O que devo pensar de um indivíduo que após minha saída da banda, em 1988, usou uma foto minha, sem meu conhecimento, e fez uma montagem com objetivo claro de me ridicularizar e colocou essa foto no encarte do Blocked Minds.

O que devo pensar de um indivíduo que deu um golpe na banda em 2006?
O De Volta ao Front foi gravado em 2005 e lançado em 2006. Então além dos shows, fomos entrevistados pelo Programa Alto Falante da Rede Minas afiliada a Rede Brasil. Ele recebeu uma carta da Secretaria de Cultura de Belo Horizonte, na qual a banda era convidada para uma reunião. Ele foi à reunião, mas nunca nos disse que foi. Poucas semanas depois pediu pausa nos ensaios para tocar na França com sua outra banda de nome Pexbaa —eu nem me atrevo a dizer qual o estilo dessa banda—, e somente após 2018 tivemos a confirmação que a viagem para a França, era um intercâmbio da cultura da capital mineira com a cultura francesa. A banda convidada foi a nossa, mas ele levou o tal Pexbaa. Está tudo na internet, mas nós nunca soubemos.

O que devo pensar de um indivíduo que após negociar o contrato com a Nuclear War Now, para lançar o Diário de Guerra, e nos disse que a gravadora lançaria 1000 lps e 1000 cds, e após 9 meses a gravadora lançou 500 lps e ZERO cds...então mandei email para o responsável da gravadora para saber já que a NWN quebrou o contrato, se poderíamos fazer o mesmo, ou seja, quebrar o contrato e lançar por outra gravadora...e o cara disse que eu estava queimando meu nome no underground, e nenhuma gravadora lançaria qualquer banda/projeto meu, isso porque o vocalista ao invés de mandar email cobrando do cara uma resposta, mais uma vez tomou atitude de defender apenas sua pessoa, e enviou email dizendo que eu estava falando mal da gravadora nas redes sociais. Assim ele ficaria tendo essa “confiança” da NWN e quando montasse outra banda seria provável que a NWN lançasse.

Bom é isso que sei dele, provavelmente se desde de 1988 ele tem essas atitudes obscuras, creio que outras ainda podem ser descobertas, mas a conta dele já chegou e hoje eu faço questão de em todas as entrevistas mostrar para nossos aliados, porque a banda nunca teve uma estabilidade, sempre recomeçava e parava suas atividades. Agora não existe mais um traidor na banda.

Metal Garage: Qual o seu ponto de vista sobre as direções que o Holocausto estava seguindo, quando começou a executar um som mais "Experimental"?
Valério:
Falta de personalidade. Quando uma banda aceita surfar nas ondas e tendências do mercado, ela perde sua identidade. Quem não tem identidade não pode estar à frente de nada. A falta de personalidade é tão grande que esse vocalista chegou a fazer isso nesse vídeo, ele está de boné cantando, hahaha.

(https://www.youtube.com/watch?v=ylguND5XW8I).

Metal Garage: Por qual motivo você decidiu continuar com o nome "Holocausto"? Mesmo com o acréscimo de "War Metal", ainda pensamos no antigo Holocausto.
Valério:
Quero que todos entendam que o Holocausto WM é a banda que traz a sonoridade oitentista de sua origem. Pois a banda com nome apenas Holocausto com a “liderança” do vocalista lançou álbuns experimentais, como o industrial de merda chamado Tozago as Deismo. O Holocausto WM não terá sua trajetória jogada na lama, representaremos sempre a fase da banda que surgiu nos anos 80 e produziu músicas como as que estão na Warfare Noise e Campo de Extermínio.

Metal Garage: O Holocausto War Metal contou com o apoio do underground para alçar voo. O que você tem a dizer sobre a cena metal extremo nacional atual, quando a compara com o início que teve em BH; Mudou muita coisa? Hoje tá melhor, ou pior, em comparação com a de antigamente?
Valério:
Se fosse tiver feeling para unir o que deu certo nos anos 80 e usar as ferramentas atuais, então você vai chegar ao seu público mais rapidamente e com certeza numa escala muito superior de bangers.

Em Belo Horizonte continuamos a fazer o Metal Extremo com selo de qualidade dos anos 80, assim como também continuamos amadores.

Várias bandas de qualidade, mas sem uma liderança realmente direcionada à capacidade de transformar a banda em uma “empresa”.

Como uma banda pode esperar se destacar no cenário, se por exemplo, o responsável pela comunicação da banda, não sabe se comunicar nem com os próprios integrantes da banda, ou não gosta de se comunicar com seu público, ou pior ainda, se deixa ser influenciado por indivíduos que não trazem em seu histórico nenhum exemplo de ter conquistado algo em suas vidas profissionais?


Metal Garage: Na era da Informação, o mundo digital quebrou barreiras e atingiu limites inimagináveis. O cinema, como a literatura e música tiveram que se adaptar para sobreviver. Como você encara o fato de a maioria das pessoas optarem por músicas em aplicativos/downloads, do que comprar no formato físico? Acha que esses novos meios de acesso a discografia dos músicos prejudica, ou ajuda, quando se trata da  parte financeira?
Valério: Meu copo pela metade estará sempre quase cheio. Miro nos pontos positivos. A parte financeira nunca foi o motivo de nossas bandas oitentistas seguirem em frente. Hoje cada banda pode fazer sua divulgação das músicas, do merchan, negociar shows, basta ter alguém com capacidade para isso. E se não tiver basta fazer uma vaquinha e contratar assessorias de imprensa.
 
Eu contratei 2 assessorias a Wargods Press e a True Metal Press desde 2018. E ainda dedico no mínimo de 6 a 8 horas diariamente nas redes sociais. No momento estamos negociando contrato com uma assessoria da Europa.
 
Nos últimos 6 meses temos arrecadado com nossos produtos R$500,00 por mês, no mínimo. São bandeiras, cds, camisas, patches, tocas, k7, etc. Mas isso não acontece da noite para o dia. É preciso definir os objetivos da banda, depois traçar as estratégias para alcançar esses objetivos, então executá-los e ter consciência e humildade para perceber se as estratégias estão aproximando ou não a banda de seus objetivos.

Metal Garage: Na hora de compor, quais são as fontes que você utiliza para buscar conteúdo? Livros, filmes... bandas?
Valério:
Minha fonte principal para escrever vem da HISTÓRIA.

Fico atento às dicas que vários aliados me dão sobre determinado assunto.

Vejo filmes de GUERRA e fico ainda mais atento quando na apresentação aparece que o filme foi inspirado em fatos. Depois faço a pesquisa e então vai surgindo a letra.

Também busco inspiração em livros.

Não busco inspiração nas letras de outras bandas.

Metal Garage: No metal em geral, há alguma banda (s) ou músico (s) que lhe influência de maneira direta, como músico propriamente dito?
Valério:
Minha inspiração vem das bases do PUNK/HC , dos moshes do Death Metal e dos riffs do Thrash Metal. Não me inspiro em músicos, mas se você me perguntasse qual seria meu ideal de músico, eu diria, uma união entre Zeder Butcher Sarcófago, Jão dos Ratos de Porão e eu hehe.

Metal Garage: O Holocausto War Metal tem ganhado espaço no exterior, tanto em parcerias como em novos "aliados". O que você espera do futuro? Há planos para ataques [shows/turnês] em territórios europeus, norte-americanos?
Valério:
A banda e nossa gravadora WarCore Records têm ganhado espaço porque temos feito o dever de casa. Eu assumo o posto de porta voz da banda e da gravadora, The Trigger assume o posto de criação e contatos com empresas para a produção de nossos produtos e War Tank pilota o tank produzindo a sonoridade da banda e dos lançamentos da gravadora, pois é dono do Estúdio Riff e tem especialização em áudio.

Então sempre estamos ampliando nossas parcerias.

Na Ásia Oriental temos parceria com o selo Navid Pirale. Na Alemanha com a Destruktions Records, Itália com a Wine and Fog, na Noruega com a Edge Circle Productions. Vamos ampliar em breve pois já recebemos o contrato para lançar o BDF nos USA. Apenas alguns atrasos devido à covid.

Nossa turnê conta com a parceria da Hellish Trident (Brasil) e Etrurion Legions (Itália), ela seria em 2019, e claro devido a covid tem sido adiada. Até o momento está marcada para 2022 setembro.

Metal Garage: Quais são os novos planos de expansão "discografica" do HWM, já podemos esperar um novo álbum? Se sim, já temos um dia "D"?
Valério:
No momento aguardamos para setembro 2 lançamentos. Ambos splits: Holocausto WM e Army Kaos e Holocausto WM e BHell.

Agora em agosto finalizamos a parte instrumental do novo álbum que será lançado somente em 2022. Com o início de alguns eventos, vamos retornar aos ensaios.

Metal Garage: Valério, em nome da equipe do Metal Garage, agradeço-lhe pela atenção e conversa. Desejamos sucesso e prosperidade ao Holocausto War Metal. O espaço é seu, fique a vontade para deixar sua mensagem aos aliados... Hail!
Valério:
Mário e Metal Garage deixo meu enorme agradecimento pelo espaço cedido.

É sempre importante estarmos unidos pelo nosso underground. Cada um fazendo sua parte e assim manteremos nosso underground fortalecido.

Para os interessados nos lançamentos da WarCore Records, seguem os links:
https://www.youtube.com/watch?v=P9xtAfBvMPE&t=35s
https://www.youtube.com/watch?v=UOiEs6BSSKY
https://bit.ly/YTExterminator

Para comprar qualquer produto basta enviar zap para meu contato direto:
(31) 999428882 - Valério.


Formação:
Exterminator (Vocal, Guitarra)
The Trigger (Baixo, Vocal)
War Tank (Bateria, Vocal)
 
Discografia: 
War General (Demo - 2020)
Batismo de Fogo (Full-length - 2020)
War Against All (Split - 2021)
Extermínio / Back From the South of Hell (Split - 2021)
Reborn to Eternity (Split - 2021)
 
 
Para saber mais acesse:

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