LACERATED AND CARBONIZED: Entrevista com o vocalista Jonathan Cruz | Do 'Hell de Janeiro' para o mundo | Metal Garage

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Formado em 2005, no Rio de Janeiro, o LACERATED AND CARBONIZED (ou simplesmente LAC), rapidamente se estabeleceu no cenário da música estrema brasileira. E não por poucos motivos, a banda é considerada hoje como um dos principais representantes do death metal nacional. O grupo fez grandes turnês na Europa e América Latina e se apresentou ao lado de grandes nomes como Immolation, Belphegor e Mayhem.

Com três álbuns lançados, o grupo carioca formado por Jonathan Cruz (vocais), Caio Mendonça (guitarra), Paulo Doc (baixo) e Victor Mendonça (bateria), está se preparando para entrar em estúdio para gravar o sucessor do aclamado e bem sucedido "Narcohell", lançado em 2016.

O vocalista Jonathan Cruz concedeu uma entrevista ao Metal Garage e falou sobre a rotina do LAC durante a pandemia, a forma de composição das músicas da banda e sobre os preparativos para o novo álbum. 

Confira:

Metal Garage (Jairo Silva): Jonathan, é uma grande honra recebê-lo no Metal Garage. Bom, você, Caio e Paulo eram membros da banda Mourning Hall, e em 2005 decidiram fundar o LAC como um projeto paralelo. Como surgiu na época a ideia de montar um novo projeto e em que momento decidiram que era hora de seguir em frente com o LAC?
Jonathan Cruz: Primeiramente agradeço a oportunidade nos dada.

Sim, por volta desse período tínhamos um projeto de Thrash Metal e durante as composições, talvez pelas influências, começamos a produzir mais riffs de Death Metal que propriamente de Thrash. Acredito que esse fator tenha contribuído e ter sido o ponto crucial e motivacional para tornar o LAC real. Por meados de 2006, 2007, resolvemos priorizar o LAC e acabamos gravando nossa primeiro Demo, intitulada “Chainsaw Deflesher”.

Metal Garage: Logo no álbum de estreia, a banda conseguiu fazer uma turnê pela América Latina. Dois anos depois, quando “The Core of Disruption” foi lançado, vocês já estavam fazendo turnês pela Europa. Quando formaram a banda, vocês, em algum momento, imaginaram que rapidamente se tornariam um dos maiores representantes do metal extremo nacional?
Jonathan: Em 2009, um pouco após o lançamento do nosso Demo CD, conseguimos excursionar por 5 países da América Latina e por algumas cidades brasileiras.

Me recordo que nesse período em um evento, o Felipe Eregion (Ex- Unearthly / Nadha) conversou conosco e nos perguntou se gostaríamos de ser uma banda de verdade e nos propôs de fazermos uma tour Latino Americana e todos ali na hora concordamos em fazê-la,  acho que essa conversa foi o primeiro impulso para as coisas começarem a acontecer.

Na época éramos bem jovens e o Victor iria fazer 18 anos, e foi uma loucura contar sobre nossos planos para a família e etc, mas posso afirmar que foi o que mais nos motivou a fazer o que fazemos até os dias de hoje.

Hoje, olhando para trás, imagino que conseguimos estabelecer um espaço considerável dentro do Metal Nacional, sempre buscando dar um passo à frente a cada lançamento, fazendo arte com dedicação e paixão. As coisas acontecem sem esperarmos, inclusive no início do ano recebemos um vídeo de um Russo tocando e cantando a música "Hell de Janeiro", e foi bem emocionante ver que alguém de tão longe tenha se identificado com uma música em português. Eu sinceramente fiquei imaginando quantas vezes o cara teve que escutar a música para conseguir cantar tudo certo e com o sotaque Carioca. Em alguns momentos pensei que era a minha voz e confesso que fiquei bem arrepiado com a dedicação dele.

Metal Garage: Eu assisti a esse vídeo, é realmente impressionante! Bom, gostaria de saber sobre os preparativos para o próximo álbum da banda. Já se passaram quase 5 anos desde o lançamento de ‘Narcohell’. Os fãs podem esperar material novo ainda em 2021? O que pode nos adiantar a respeito?
Jonathan: Infelizmente o novo material era para ter sido lançado ano passado, semanas antes da tour Europeia, mas infelizmente acabou não acontecendo.

O que posso adiantar é que esse álbum será um pouco diferente do que já fizemos ao longo dos anos, tanto com relação a temática (expusemos o que vivenciamos nesse caótico período) e também a forma que compusemos as faixas, sem sombra de dúvidas será o nosso trabalho mais maduro, técnico e brutal.

Todas as faixas já estão finalizadas e assim que formos vacinados, entraremos em estúdio para gravarmos o novo álbum.


Metal Garage: A pandemia afetou muito a indústria musical, principalmente em relação aos eventos. O LAC sempre foi muito ativo em shows - nacionais e internacionais. Como está sendo a rotina da banda durante essa pandemia?
Jonathan: Infelizmente esse período está bem devastador, e para o LAC não poderia ser diferente, estávamos com uma tour de quase 45 datas na Europa, tocaríamos em alguns festivais com bandas expressivas do Metal Mundial, e tudo veio por água abaixo, mas foram além dos nossos limites.

Para mim, foi e continua sendo bem complicado, pois estava sempre em atividade com LAC ou com outras bandas e sempre envolvido em diversas produções de shows no Brasil, mas acredito que agora as coisas tendam a andar e a melhorarem de fato.

Metal Garage: Manter uma banda hoje em dia, no Brasil, é uma tarefa extremamente complicada. As dificuldades de conciliar a vida pessoal e a correria de fazer shows, turnês, trabalhos de estúdio, etc, exigem muito tempo e dedicação. O que você aconselha, nesse sentido, a bandas que estão iniciando na música extrema?
Jonathan: Ter banda no Brasil é como dar murro em ponta de faca, você sempre  irá se machucar e viverá com as incertezas e com as improbabilidades nelas contidas, além da falta de apoio e zero recurso da cultura.

Saber respeitar o espaço e tempo de cada membro da banda é um fator primordial para ter-se harmonia e motivação entre os envolvidos e que se resulte no melhor para o grupo e não para si só.


Metal Garage: O death metal do Lacerated and Carbonized é único - o som é pesadíssimo, agressivo e extremamente técnico, com elementos regionais e uma abordagem crítica. É fantástico! Como funciona o processo de composição das músicas do LAC?
Jonathan: Desde antes mesmo de montarmos o LAC, eu e o Caio Mendonça sempre nos reunimos em nosso estúdio e passávamos 15,16 horas tentando fazer riffs, sempre de forma bem natural, sem buscar uma fórmula pronta, sempre com intuito de ter a nossa identidade.

Gostamos de fazer JAM Sessions os 4 juntos, acreditamos que as influências e ideias de cada um, impactem diretamente no que fazemos e tudo no LAC sempre terá a cara dos 4, e se um dia não tiver, terá alguma coisa errada.

Metal Garage: Algumas das minhas músicas preferidas, são as que mesclam o inglês e o português. Foi algo que começou em “The Core of Disruption” e se repetiu em “Narcohell”. Como surgiu essa ideia?
Jonathan: Como dito, nunca seguimos um parâmetro nas composições e essas mesclas provavelmente surgiram em algum momento durante a composição ou no período de escritas. Nós nunca imaginaríamos que utilizaríamos mesclas em português no The Core e nem no "Narcohell", mas acabou acontecendo. Um fato curioso é que a própria "Hell De Janeiro" era para ser toda em inglês, mas do nada um dia em casa bateu uma inspiração, sentei no sofá e comecei a escrevê-la em português. 

No LAC toda ideia que surja, mesmo que a pior possível ou a mais insana, sempre será ouvida, questionada e testada, nada passa batido, por isso essas ideias surgem.

Metal Garage: Jonathan, agradeço demais pela participação. Que esta era caótica acabe logo para que possamos nos encontrar novamente em um show do LAC. Este espaço é seu, caso eu tenha esquecido de algo, fique a vontade para acrescentar.
Jonathan: Mais uma vez agradeço a oportunidade nos dada e um grande salve à todos que sempre nos apoiaram durante todos esses anos.

Ano que vem será o ANO, vejo vocês nas estradas!

Lacerated and Carbonized ao vivo no SESC Belenzinho

Para adquirir "Narcohell" em CD, bem como outros trabalhos do grupo, acesse a loja oficial da banda: http://lac.iluria.com/.

Formação atual:
Jonathan Cruz - vocais
Caio Mendonça - guitarra
Paulo Doc - baixo
Victor Mendonça - bateria

Discografia:
Chainsaw Deflesher (Demo - 2007)
Darkened Spite (Single - 2010) 
Homicidal Rapture (Full-length - 2011)
Third World Slavery (Single - 2012)  
The Core of Disruption (Full-length - 2013)
Narcohell (Full-length - 2016)

Para saber mais sobre o LAC, acesse:
Website: http://www.lacofficial.com/
Facebook: https://www.facebook.com/laceratedandcarbonized/
Instagram https://www.instagram.com/lac.metal/
YouTube: https://www.youtube.com/user/laceratedband

Contato: laceratedandcarbonized@gmail.com



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