GESTOS GROSSEIROS | Entrevista: Andy Sousa fala mais sobre o novo EP "Demoniac Plague"

"É um disco mais brutal e assim será de agora em diante"

Na ativa deste '96, o trio guarulhense de Death Metal Gestos Grosseiros lançou recentemente o EP "Demoniac Plague", destacando mais ainda a banda no cenário nacional. O grupo que vinha da ótima repercussão do último full-lenght "World's Hypocrisy" só deixou clara a sua proposta.

A banda conta atualmente com Andy Sousa (vocal, bateria) Kleber Hora (guitarra) e Ayka Fix (baixo).

Falamos com Andy Sousa (fundador, vocalista e baterista) a respeito do novo trabalho, sobre a mudança na formação e das expectativas do grupo para 2021.

Confira:

Metal Garage: Vamos começar falando de "First Pain", faixa título da segunda demo da banda lançada em 2003, que agora também faz parte de Demoniac Plague. Como surgiu a ideia de regravar uma faixa para compor o EP e porque escolheram esta?
Andy Souza: A ideia de First Pain surgiu como um experimento do Kleber. Ele estava testando uns equipamentos e aprendendo a começar a mexer com gravação, daí deu a ideia de regravar essa música. Gostamos do resultado final, então decidimos fazer um EP e inseri-la como faixa bônus.

Metal Garage: A bela arte da capa de "Demoniac Plague" foi desenvolvida pelo indonésio Rick Pradana. Como surgiu essa parceria? Como foi trabalhar com Rick?
Andy: Estávamos pesquisando alguém de fora para fazer a arte do disco e o Ricky entrou em contato. Passei a ideia e mostrei as letras para ele que curtiu na hora e então fechamos o acordo. Trabalhar com o Ricky foi tranquilo, um cara aberto as ideias e também gosta de sugerir algumas coisas. Ficamos satisfeitos com o resultado.

Metal Garage: Assim como "World's Hypocrisy", "Demoniac Plague" também vem sendo indicado por diversos Zines e pela mídia especializada como um dos melhores discos de 2020 destacando ainda mais a Gestos Grosseiros no death metal nacional. Pode comentar sobre a evolução da banda nos últimos anos?
Andy: Cara, basicamente pegamos tudo que fizemos durante os discos anteriores, experiência em estúdio, turnês e fizemos o Demoniac Plague. É um disco mais brutal e assim será de agora em diante. A evolução acontece normalmente, pois sempre fomos uma banda de estrada e de dedicação nos instrumentos.

Metal Garage: Sabe-se que a Gestos Grosseiros é uma banda que gosta de excursionar. Inclusive, vocês tinham uma turnê pela Colômbia marcada para agosto de 2020 que acabou sendo adiada em razão da pandemia. Como a banda tem enfrentado esse período de isolamento e eventos online?
Andy: Ficamos chateados com os cancelamentos de 2020, era uma turnê na Colômbia e mais uma na Europa, porém, não havia nada que poderíamos fazer. Nós estamos divulgando o disco Demoniac Plague junto com os selos que lançaram (Extreme Soud Records (SP) e Old Shadows Records (RS)) e fizemos o lançamento do clipe oficial. Aliás, foi o primeiro clipe da banda. Em relação aos eventos online, não estamos participando.

Metal Garage: Sobre os destaques do disco, temos "Prisioner", que inclusive ganhou videoclipe. Pode comentar um pouco sobre a produção do mesmo?
Andy: Queríamos um clipe bem obscuro, com a banda tocando, coisa simples e direta. Escolhemos Prisoner por ser uma música que muda um pouco de andamento durante a execução e também por ter nos agradado bastante. A produção ficou a cargo da Cinedream Prod liderada pelo Thiago.

Metal Garage: Outro destaque, claro, é a faixa título, que é simplesmente matadora do início ao fim, além de possuir uma temática característica da Gestos. Pode comentar sobre a letra e mensagem que ela traz aos ouvintes?
Andy: Demoniac Plague foi a primeira música que compomos para o disco. A letra diz respeito ao ser humano voltado para a religião que se acha do bem e na verdade é uma praga que está acabando com o mundo. Não acredito em coincidência, mas Demoniac Plague foi feita um pouco antes dessa praga do Coronavírus o que, me chamou a atenção pelo menos.

Metal Garage: Esse é primeiro registro com Ayka Fix no baixo. Vocês já se conheciam antes da Gestos? Como foi a entrada dele na banda?
Andy: Conhecemos o Ayka há anos, pois ele é um músico das antigas em Guarulhos e região. É experiente com banda, turnê e produção. Já fez turnê na Europa com o Astafix (banda do Sul, na qual é baixista). Nós estávamos sem baixista e convidamos o Ayka para fazer dois shows conosco e durante o ensaio perguntamos se ele queria ficar na banda. Ele aceitou e estamos aí na luta.

Metal Garage: Andy, pode falar um pouco sobre o histórico de vocalistas que passaram pela Gestos e como você decidiu fazer os vocais e tocar bateria desde então. Já pensaram em adicionar um quarto membro na banda recentemente?
Andy: Basicamente a Gestos teve dois vocalistas. Antes de mim foi o baixista Índio que ficou na banda por 10 anos. Decidi fazer os vocais justamente para não ter mais esse problema de ficar correndo atrás de vocalista. A banda já teve um quarto integrante na época do Countdown to Kill. Depois só trio e assim será. Dá menos trabalho e é mais fácil pra tudo, inclusive para a logística.

Metal Garage: Ainda que 2021 esteja cheio de incertezas quanto ao retorno à "normalidade", se é que podemos chamar assim, quais os planos da Gestos para esse ano?
Andy: Cara, não temos expectativas de muita coisa esse ano, apenas divulgar o disco Demoniac Plague pelas redes sociais, já que não tem outro jeito. Talvez façamos um show para deixar registrado no canal da banda, mas nada de live.

Metal Garage: Andy, obrigado por reservar um pouco do seu tempo. A equipe do Metal Garage agradece. Deixe um recado para os fãs e aos futuros ouvintes da banda.
Andy: Opa! Em nome da Gestos agradeço a equipe do Metal Garage por lembrar de nós e obrigado pelo apoio. Agradecemos aos fãs e toda galera que está adquirindo o nosso material e fique por dentro que iremos lançar uns merchandisings esse ano, já que show provavelmente não rolará.