RESENHA: Impaled Nazarene - Eight Headed Serpent (2021)

Mais rápida e furiosa do que nunca, a veterana banda finlandesa IMPALED NAZARENE está de volta com o seu décimo terceiro álbum de estúdio. O disco se chama “Eight Headed Serpent” (em português: Serpente de Oito Cabeças) e foi lançado mais uma vez pela parceira de longa data com a Osmose Production.

Com mais de três décadas agitando orgulhosamente a bandeira do ódio e cuspindo na cara do cristianismo, o Impaled Nazarene mantém sua fórmula única de fazer música, raramente imitada, com uma mistura cativante de Thrash, Punk e Black Metal. “Eight Headed Serpent” exala toda a agressividade dos finlandeses, um dos álbuns mais rápidos da banda, carregado com uma tempestade de riffs matadores e blast beats violentos. Tudo isso em pouco mais de 32 minutos.

“Goat of Mendes” é a curiosa e polêmica faixa de abertura. Na introdução, ao que parece, um homem descreve ter feito sexo com um demônio, antes de ser exorcizado, ou algo assim. É perturbador e ao mesmo tempo engraçado. Bom, pelo menos para nós, fãs do gênero, que já não nos surpreende esse tipo de abordagem. Ainda mais se tratando do Impaled Nazarene. Mas voltando ao que interessa… Basta a introdução acabar para retaliação começar e o grupo mostrar todo o seu poder e fúria. Na sequência, a faixa título mantém o ritmo da primeira, sem piedade, sem filosofia, sem conto de fadas, somente a chama ardente do ódio consumindo tudo.

As faixas são curtas e diretas, as músicas que se seguem: “Shock and Awe” e “The Nonconformists” têm menos de 3 minutos cada, possuem uma levada empolgante e velocidade avassaladora. As letras são uma verdadeira matança, espalhando o caos e a blasfêmia, sempre mantendo aquela típica postura: “somos finlandeses e você que se foda!”.

O álbum contém 13 faixas, todas muito rápidas e bem parecidas musicalmente, então vou tentar resumir um pouco mais… As músicas “Octagon Order”, “Apocalypse Pervertor” e “Unholy Necromancy” seguem uma linha instrumental mais voltada para o thrash metal, com riffs velozes e um baixo firme e pulsante, o ritmo da bateria alterna bastante entre linhas rápidas do black metal finlandês e aquela pegada firme (e repetitiva) característica do Punk e do Hardcore. Já as músicas “Metastasizing and Changing Threat”, “Debauchery and Decay”, “Human Cesspool” e “Triumphant Return of the Antichrist” são mais tradicionais e trazem um black metal ardente e violento. Os vocais de Mika Luttinen (Slutti666) variam entre berros graves cavernosos e rosnados agudos, carregando ódio e blasfemos insultos em todas as suas músicas. A faixa mais longa é a que encerra o disco, “Foucault Pendulum”, que zomba dos retardos dos “terraplanistas” por cerca de cinco minutos, também é a mais lenta e parece que foi arrastada propositalmente para que a duração total do álbum completasse ao menos 30 minutos, já que a maioria das faixas são curtas, rápidas e diretas.

“Eight Headed Serpent” mostra que o Impaled Nazarene faz o que quer da sua música sem se preocupar com nada, nem ninguém. Não chega a ser o melhor álbum da banda, mas com certeza vai ganhar uma posição de respeito entre a vasta discografia do grupo. Afinal, não é fácil superar o que esses caras fizeram em mais de 30 anos de carreira.

O disco foi lançado dia 28 de Maio via Osmose Productions nos mais variados formatos.

NOTA: 8,0